Contratação de deficientes cresceu 27% em 2019, aponta Catho

A advogada Ana Maria Navarro, 54 anos, nasceu com uma paralisia cerebral que gerou o comprometimento de seus membros inferiores. A deficiência física, porém, nunca foi um impedimento para ela buscar o seu espaço no mercado de trabalho, se formar em direito e se tornar uma ativista para brigar pelo reconhecimento dos portadores de deficiência.

“Sou deficiente desde que nasci. Tive muitas dificuldades, mas trabalho desde os 18 anos e, mesmo com os contratempos, fui seguindo o meu caminho. É preciso diminuir a resistência e aumentar as oportunidades para as pessoas com deficiência. ”

Ana Maria acredita que a Lei de Cotas, criada em 1991, vem aumentando as chances de inclusão social de muitos portadores de deficiência.

A opinião dela é confirmada por uma pesquisa feita pela Catho que aponta que a contratação de portadores de deficiência cresceu 27% em 2019, na comparação com o ano passado.

As maiores oportunidades surgem na região Sul (78%), Nordeste (45%) e Sudeste (24%). Dentre as oportunidades se destacam cargos nas áreas administrativa, financeira, comercial, industrial e informática.

Em 2018, segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, das 768.723 vagas reservadas nas empresas, 389.165 eram ocupadas.

Segundo Bianca Machado, gerente sênior da Catho, as empresas começaram a perceber a importância do cumprimento da lei de cotas até para mostrar seu apoio à inclusão, diversidade e ter um diferencial.

“Muitas empresas estão buscando a inclusão social e a diversidade para valorizar a sua marca empregadora”, diz.

Bianca afirma que há empresas que procuram a Catho atrás de profissionais com alguma deficiência para cumprir a lei de cotas, mas há outras companhias realmente interessadas na diversificação e inclusão das pessoas.

Para Ana Maria, criou-se um estigma e preconceito sobre as pessoas com deficiência. “Fala-se muito em faltar capacitação de profissionais o que estaria impedindo a contratação de profissionais com deficiência”, conta.

No entanto, a advogada argumenta que há pouco incentivo para esses profissionais e cita como exemplo as vagas ofertas por empresas para deficientes. “São oferecidas apenas algumas vagas específicas para cumprir a lei de cotas. Não se dá incentivo para esses profissionais crescerem na empresa. Eles também querem crescer dentro da companhia.”

Fonte: R7

Postado em 4 de dezembro de 2019