
O eclipse solar anular do último sábado (14) foi um verdadeiro espetáculo que atraiu a atenção de milhares de pessoas. Na mesma intensidade de beleza, o fenômeno trazia riscos para a saúde de quem não cuidasse dos olhos, com a utilização de equipamentos especiais para a observação.
E os primeiros efeitos negativos do eclipse começam a surgir. Pacientes já procuraram oftalmologistas se queixando de problemas oculares provocados pela observação sem proteção.
“Uma paciente jovem chegou se queixando que tinha permanecido com uma mancha central na visão depois de ter visto o eclipse sem proteção”, contou a oftalmologista Fernanda Pinheiro.
Apesar dos mais diversos alertas para a segurança ocular na observação, a paciente relatou, segundo a médica, que não tinha conhecimento de que não poderia acompanhar o fenômeno sem a devida proteção.
A oftalmologista deu detalhes sobre a lesão. “A gente chama de maculopatia solar, que máculo é a região central, ou retinopatia solar, que é na retina. Normalmente, acomete a visão central, podendo ter uma alteração variável da visão. Pode ser uma lesão pequena, com um comprometimento pequeno a moderado”, destacou.
“Pode evoluir de forma a regredir totalmente ou pode persistiir com a sequela”, acrescentou. Ela ainda pontuou que não há cura nem existe tratamento adequado para esses casos.
“Os estudos não comprovam cientificamente um tratamento específico para isso. Mas têm algumas medicações que a gente pode lançar mão e acompanhar esses pacientes para ver como vai evoluindo”, explicou.
A orientação é para que o especialista seja procurado o mais breve possível. “É melhor ir direto ao oftalmologista para fazer uma avaliação. As queixas são muito genéricas, algumas podem simular várias doenças. Então, é importante que seja um tratamento direcionado”, afirmou Fernanda Pinheiro.
Quem assistiu ao eclipse e ainda não apresentou queixa é possível que não venha a sofrer danos. “Normalmente, a lesão aparece nas primeiras 24 horas após se expor ao sol, à luz intensa, que foi o eclipse nesse caso”, encerrou a oftalmologista.
O eclipse aconteceu na tarde do último sábado (14), com início em Natal às 15h29 e ápice, com o ponto máximo às 16h45. Milhares de pessoas se reuniram na Base Aérea de Natal, em Parnamirim, e no Parque da Cidade, no Museu da Rampa, na Praia da Redinha, em Natal. No entanto, o fenômeno foi visto em diversos locais da cidade.
Na capital potiguar, as câmeras de monitoramento da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) flagraram o eclipse em três pontos (avenida Engenheiro Roberto Freire, Hospital dos Pescadores e viaduto da Redinha). Já o surfista Ítalo Ferreira aproveitou o fenômeno para realizar um ensaio fotográfico.
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